sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O discurso de Steve Jobs.

Para quem não escutou ou leu o discurso na integra, vale a pena investir 10 minutos do seu tempo e tomar como aprendizado o que pode ser compreendido, pois o que não pode será dissolvido.

Um grande fim de semana a todos,

Rogério Vianna





Você tem que encontrar o que você ama!
 


Você tem que encontrar o que você ama
Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.
A primeira história é sobre ligar os pontos
Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais dezoito meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei?
Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina. Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: “Apareceu um garoto. Vocês o querem?” Eles disseram: “É claro.” Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade.
E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de 6 meses, eu não podia ver valor naquilo. Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria OK. Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam interessantes.
Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo. Muito do que descobri naquele época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço.
Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.
Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse. Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para a frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois.
De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.
Minha segunda história é sobre amor e perda.
Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação – o Macintosh – e eu tinha 30 anos. E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses. Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício]. Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo.
Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa. Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple. E Lorene e eu temos uma família maravilhosa.
Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple. Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama. Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.
Minha terceira história é sobre morte.
Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último”. Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.
Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo -  expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar – caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.
Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas. Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de 3 a 6 semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas – que é o código dos médicos para “preparar para morrer”. Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus. Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem. Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.
O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém. Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas. Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior. E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário. Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid. Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes do Google aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições de The Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras: “Continue com fome, continue bobo”. Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos.
 
Obrigado.
Palavras de Steve Jobs.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O futuro chegou !

Recebi este email hoje e não poderia de compartilhar. Um belo video sobre o Tecnologia, Futuro, Possibilidades, Interactividade e ..... assistam.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Dê Atenção a quem Não Comprou

     Descubra os motivos dos insucessos e faça sua lição de casa. Os erros podem estar antes das vendas.
Toda organização busca a geração de negócios. A questão é que negócios não são feitos só de vendas, e ofertas não se constroem somente com base em bons preços. Mas a situação, infelizmente comum, é que muitas companhias acabam concentrando esforços somente nas práticas de vendas, esquecendo de outras ações tão ou mais importantes quanto atender, como: prestar serviços; agregar valor; cumprir as promessas da comunicação e dos vendedores; e acompanhar os clientes no pós-venda.

Além disso tudo, é preciso estar atento às vendas 'não realizadas', os chamados prospects atendidos - aquelas pessoas que tiveram contato com sua oferta e sua equipe, mas não compraram e não se transformaram em clientes. É preciso descobrir o porquê dessas 'não-vendas'. Pois o que toda empresa sabe é como, quando, quanto e porque ela vendeu. E o que muitas desconhecem são as vendas não realizadas e seus motivos. Ou seja, a real vantagem da sua proposta comercial e a verdade da sua estratégia de marketing.

Sim, a opinião do cliente é importante, mas não deve ser a única. Claro que ele, principalmente quando se transforma num usuário da empresa, torna-se uma fonte rica de informações. Mas se soubermos cruzar suas opiniões com as daqueles que tiveram contato com o produto/serviços, mas não compraram, poderemos chegar a uma visão muito mais crítica e refinada da atuação da companhia no mercado.

É assim como acontece na vida, na qual aprendemos muito com os erros e os insucessos. Descobrir os motivos da 'não-venda' traz impressões novas e interessantes que suscitam mais auto-análises do que corriqueiros sucessos nas vendas.

O desafio é entender por quê o interessado e o atendido não comprou. Algumas das razões possivelmente levantadas:
• Não comprou por meras questões comerciais e financeiras;
• A responsabilidade foi totalmente da área de vendas;
• A culpa foi da alta gestão que em algum ponto - desenvolvimento de uma boa proposta com ofertas competitivas e vantajosas, produtos diferenciados e bem posicionados, política de preço adequada ou um bom apoio de comunicação institucional e promocional - falhou.

Óbvio que a equipe de vendas tem que fazer sua parte com vendedores competentes, bem treinados e capacitados para cumprir suas metas, mas será que a companhia também está cumprindo seu dever?

É fácil cobrar e esperar que esses profissionais resolvam problemas que não foram tratados pela cúpula da empresa - o melhor é perceber que nem as aplicações eficientes das técnicas de vendas podem salvar propostas sem diferenciação, sem atrativos e sem vantagens frente aos concorrentes.

Então escute seus clientes, mas, mais ainda, escute seus prospects atendidos e compreenda como seu negócio é percebido. E faça sua lição de casa. Só assim a área de vendas terá boas argumentações, as técnicas serão eficazes e os negócios acontecerão. O papel do marketing é potencializar o trabalho de vendas. Portanto, a venda não é causa, e sim competência da gestão de marketing. Dê mais atenção a todo o processo.

Postado por: Rogério Vianna
Escrito por: Marcelo Miyashita em 13/03/2006
Artigo extraído de: www.portaldomarketing.com.br

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Reformulação no pagamento do Aviso Prévio !

    A Câmara dos Deputados aprovou e encaminhou à sanção presidencial, no último dia 21 de setembro, o projeto de lei nº 3.941/89, de autoria do Senado Federal, que prevê a ampliação gradual do período de aviso prévio concedido ao empregado demitido sem justa causa, até o máximo de 90 dias.
De acordo com o projeto de lei, o aviso prévio previsto no artigo 7º, XXI, da Constituição Federal, e no artigo 487 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que hoje, por falta de regulamentação específica, é, via de regra, de 30 dias, poderá ser triplicado, chegando a depender do tempo de serviço prestado ao mesmo empregador.
O período de pré-aviso obedecerá ao dispositivo constitucional que o prevê (7º, XXI, da CF/88), sendo, portanto, proporcional ao tempo de serviços prestados, e seu cálculo se dará da seguinte forma: para os empregados com até um ano de trabalho na empresa, o aviso será de 30 dias. A esse montante, no entanto, serão acrescidos três dias para cada ano a mais trabalhado, limitando-se ao total de 90 dias. Ou seja, para que um empregado tenha direito ao “teto” do aviso prévio ele terá que trabalhar para o mesmo empregador por, no mínimo, 20 anos.
A medida trará inegáveis benefícios aos empregados, uma vez que eles irão dispor de mais tempo para procurar outro emprego em razão da rescisão imotivada de seu contrato de trabalho. Além de ter, em caso de aviso prévio indenizado, todo o período integrado a seu contrato de trabalho para todos os fins.
Por outro lado, há de se reconhecer que o empregador também será beneficiado pela nova lei em caso de pedido de demissão por parte de seus empregados, pois terá o tempo a seu favor na busca pelo preenchimento da vaga do empregado que queira pôr fim imotivadamente à prestação de seus serviços.
Pois bem. Caso o projeto de lei seja sancionado pela presidente da República, obviamente a nova lei passará a vigorar a partir, provavelmente, de sua publicação.
Ocorre que no Supremo Tribunal Federal (STF) estão em vias de serem julgados vários Mandados de Injunção, que visam à declaração, por parte do tribunal, de omissão legislativa no tocante à regulamentação do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço. Omissão essa que resultou na impossibilidade de gozo, pelos impetrantes, de um aviso prévio justo e proporcional, como bem prescreve a Constituição.
Os julgamentos de tais ações foram iniciados em junho desse ano. Mas, antes de sua conclusão, o projeto de lei que regulamenta o aviso prévio nos, moldes acima descritos, foi aprovado pelo Congresso Nacional e enviado à sanção presidencial. E agora, segundo o ministro do STF Gilmar Ferreira Mendes, a Corte poderá aplicar aos casos sob sua apreciação – em que empregados já dispensados pleiteiam pagamento da diferença proporcional de seu aviso prévio da época em que foram dispensados, em relação a seu tempo de serviço – as regras trazidas pela nova lei. Isso leva a crer que o STF irá possibilitar a retroatividade de uma lei, o que é vedado, a priori, pelo ordenamento jurídico pátrio.
A intenção da Corte Suprema merece ser analisada, uma vez que dá a impressão de que o tribunal irá determinar a aplicação, nos casos concretos sob sua apreciação, que a princípio necessitavam de uma declaração de uma omissão legal, de dispositivos de uma lei que supriu a tal omissão.
Primeiramente, insta ressaltar que o objeto do Mandado de Injunção é uma omissão legislativa que impossibilite o exercício de um direito constitucionalmente garantido (art. 5º, LXXI, CF/88). Tem-se, pois que, a partir do momento em que tal omissão for extinta, por questão lógica, tantos quantos forem os Mandados de Injunção que visem à declaração da omissão outrora existente perderão seu objeto, perderão sua razão de ser, já que a omissão foi sanada, possibilitando o exercício do direito pretendido.
Com efeito, pode-se concluir que os Mandados de Injunção que versam sobre omissão legislativa em relação ao aviso prévio perderão seu objeto após a sanção da lei. E por isso mesmo tais processos deveriam ser extintos sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, VI, do Código de Processo Civil (CPC).
Ademais, mesmo que se entenda que os Mandados de Injunção não perderiam seu objeto diante da edição da lei, fazendo-se necessária sua apreciação e julgamento pela Corte constitucional, as disposições legais não poderiam ser aplicadas a casos passados. Ou seja, não poderiam ser aplicadas retroativamente, sendo certo que somente os casos presentes e futuros poderiam ser por elas regidos, sob pena de serem feridos os princípios constitucionais da segurança jurídica, da legalidade, do direito adquirido (dos empregadores) e da irretroatividade da lei.
Conclui-se, portanto, que as novas regras sobre aviso prévio só devem ser aplicadas aos casos ocorridos após sua publicação e vigência.

Fonte: http://bagarai.com.br
Por: João Filipe Sampaio 
Publicado neste blog por Rogério S V Galli